Eu acho que penso claramente, mas no fundo eu apenas vejo confusão.
Às vezes eu penso que sei, mas descubro que nada sei.
Eu apenas achava que sabia.
“Aprenda a viver com a confusão.
Não tenha pressa para concluir.
A confusão não é necessariamente algo errado.
Não a rotule como sendo confusão.
Rotular é errado.
Algumas vezes um rótulo errado pode criar muitos problemas.
Isso não é realmente confusão: é um estado de transição, de mudança.
Você se desenraizou do velho solo e está procurando pelo novo, e entre os dois, isso acontece. Isso não é confusão, isso é apenas um hesitante estado de crescimento.
Isso é crescimento e sempre que existe crescimento costuma-se rotular como confusão.
Mas ao rotular como confusão, você está interpretando errado e começará a tentar resolver de algum jeito.
Se você chamar isso de crescimento, então não haverá pressa em resolver.
Na verdade, você terá que dar suporte a isso, pois é crescimento.
Se chamar de confusão, você estará condenando e terá que encontrar uma maneira de sair disso.
Não há necessidade de sair disso; aprenda a viver com isso.
Aprenda a viver com todos os tipos de estados que estarão surgindo.
E se algumas vezes for confusão, o que há de errado na confusão?
Nos ensinaram erradamente que devemos ser absolutamente claros.
Somente os tolos conseguem ser absolutamente claros, somente os tolos estão certos.
A confusão é natural: ela é o caos criativo dentro de você.
É somente a partir desse caos que a criatividade começa.
Chame isso de caos criativo, não chame de confusão.
A vida é um mistério.
Como alguém consegue estar certo a respeito dela?
Ela é um grande fluxo e tudo está sempre mudando rapidamente.
Como você pode estar certo sobre um rio?
Como você pode estar certo sobre a forma de uma nuvem?
Como você pode estar certo sobre a vida?
A forma das nuvens, o fluxo do rio, o vento que passa invisivelmente através dos pinheiros... Você apenas escuta o som, você não consegue pegá-lo, você não consegue agarrá-lo, você não consegue reduzi-lo a uma conclusão.
Todas as conclusões são falsas, porque todas as conclusões são a respeito de alguma coisa morta. A vida nunca pode ser enclausurada dentro de uma conclusão, dentro de uma teoria, dentro de uma hipótese.
Aprenda a viver com todos os tipos de coisas: algumas vezes existe tristeza, outras vezes alegria, algumas vezes, confusão, outras vezes, certeza.
Deixe que as coisas aconteçam do jeito que acontecer, e não se apresse em modificá-las.
Deixe-as ser como elas são e aceite-as totalmente.
Então a confusão desaparece e a certeza nunca surge, e isso é a coisa mais bela que pode acontecer a alguém.
Deixe-me repetir: a confusão desaparece; no momento em que você não estiver contra ela, a confusão desaparece.
No momento em que você começar a amar e curtir a confusão, ela desaparecerá; ela se tornará um mistério.
Você a transformou, foi uma transformação mágica.
No momento em que você abandona a sua atitude de julgamento
– ‘de que isto está errado e eu tenho que estar certo’ –
tudo fica perfeitamente bem.
Isto é muito mais bonito do que certezas, porque certeza não é crescimento, enquanto confusão é crescimento; confusão tem um grande valor.
E uma vez que você começa a curtir a beleza da incerteza, a amplitude da incerteza, a aventura da incerteza e a excitação do inseguro, uma vez que você começa a curtir isso, onde está a confusão?
Ela se foi.
Ela existia apenas na sua interpretação.
Quando a confusão se vai, eu não estou dizendo que a certeza surge.
Não.
Se a certeza surgir, você cairá de novo na confusão, porque você se agarrará a essa certeza.
E a vida continua mudando; de novo haverá confusão.
Nenhuma certeza aparece; a confusão desaparece e não existe certeza alguma.
Não existe confusão nem certeza também.
Este é o estado mais belo em que alguém pode estar.
É de onde as portas da mente se abrem para o divino.
Curta isso.
Isso lhe será tremendamente benéfico.”
Autor: Osho – The Sacred Yes – Cap. 4 - Tradução: Sw.Bodhi Champak
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