Ministério da Saúde quer criar banco de doadores de órgãos
Informações da Agência Estado São Paulo
O Ministério da Saúde pretende criar um banco nacional com dados de possíveis doadores de órgãos para tentar aumentar as doações no País. A proposta é ter um cadastro abastecido voluntariamente pela própria pessoa que concorda com a doação.
As informações ficam disponíveis para consulta do sistema de saúde, facilitando o trabalho de captação dos órgãos em caso de morte encefálica.
Na sexta-feira, o ministério divulgou um balanço mostrando um aumento de 24,3% no número de transplantes de órgãos, com doador morto, realizados em todo o País no primeiro semestre.
Atualmente, a legislação brasileira prevê que aqueles que querem doar órgãos devem, em vida, manifestar a vontade à família.
A consulta aos familiares segue a linha sucessória - primeiro é questionado o cônjuge, depois parente de primeiro e segundo graus.
No entanto, a sistemática tem obstáculos que podem ser vencidos com a ajuda do banco de dados, defende Valter Duro Garcia, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos.
“Muitas vezes não há um parente próximo”, diz.
Outro problema é que a decisão pode ser esquecida pelos familiares num momento de desespero.
Segundo Garcia, com a proposta, o próprio interessado em doar poderia se dirigir a uma secretaria de saúde, por exemplo, para se registrar.
O sistema já existe nos Estados Unidos.
Rosane Nothen, coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes, diz que a ideia é implantar esse banco de dados auxiliar a “médio prazo”, após o processo, já iniciado, de melhoria da atuação dos profissionais de saúde brasileiros na captação de órgãos.
O ministério considera que a população está cada vez mais disposta a contribuir.
Uma das últimas pesquisas fornecidas à pasta mostrou que 60% dos brasileiros dizem que doariam órgãos.
E os últimos dados apontam aumento de doadores efetivos.
Ontem, no Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, o ministério lançou uma campanha para que as famílias conversem sobre a decisão de doar órgãos.
“A vida é feita de conversas. Basta uma para salvar vidas”,
diz o slogan.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo em 28/09/2009.
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