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João Monlevade - O Hospital Margarida, sem a ajuda da Prefeitura, não teria como se manter por mais que três anos. A constatação é do contador Delci Couto e foi apresentada ontem, 16, durante Audiência Pública que reuniu autoridades, representantes do HM e população na Câmara Municipal. Durante o evento, Delci Couto apresentou um relatório financeiro comparativo entre os anos de 2007 e 2008, em que apontou um crescimento de 19% na receita do HM, que passou de R$ 9.635.740 para R$ 11.420.665. Outro ponto positivo levantado pelo contador é o aumento do patrimônio líquido que passou para 41%. Ainda durante sua fala, Delci apontou onde está o problema que gera tantos déficits financeiros ao HM e afirmou que se não fosse a ajuda do poder público a instituição de saúde não teria como se manter por mais que três anos. Segundo levantamento do contador, 80% dos atendimentos realizados no hospital pertencem ao Sistema Único de Saúde (SUS), o que gira em torno de 2.709 pessoas mensalmente. Cada paciente atendido pelo SUS gera um custo ao HM de R$ 136,55, sendo que o Governo Federal repassa por paciente apenas a quantia de R$ 25,27. "Operacionalmente é inviável manter o Margarida já que o SUS traz um prejuízo anual de mais de R$ 5 milhões. Se não fossem os convênios para amortecer os prejuízos causados principalmente no Pronto Atendimento do Hospital o arrombo financeiro seria ainda maior", comentou. Margarida ontem e hoje Durante a audiência, o provedor do Hospital Margarida, Lucien Marques, falou de como era a situação da instituição quando assumiu a presidência em 2006 e como está hoje, três anos depois. Segundo documento apresentado, em 2006 o HM possuía uma dívida de R$ 3.856.972. A partir daí o provedor realizou empréstimos para quitar a dívida e, ao mesmo tempo, foi criada a Associação Amigos do Hospital Margarida, que ajudou a administração a resolver os problemas encontrados, como falta de equipamentos, salas inadequadas, falta de energia, entre outros. O provedor também esclareceu detalhadamente como as doações da Prefeitura e da Associação foram investidas, segundo exigência da Gerência Regional de Saúde (GRS). De acordo com Lucien, o dinheiro foi utilizado tanto nas obras de reformas, como na compra de materiais e equipamentos, além da construção do Centro de Terapia Intensiva (CTI) que tem previsão para inauguração do 3º e 4º andares até o fim do ano. De acordo com o documento, o Margarida já possui mais de R$ 10 milhões em recursos que serão investidos até meados do próximo ano. Para o futuro, Marques informou que pretende angariar recursos junto ao Governo de aproximadamente R$ 6 milhões para investir em novos equipamentos, já que o Hospital possui aparelhos com mais de 50 anos, como o caso do Raio X. Indagado sobre a questão da inauguração do Santa Madalena, que segundo a secretária de Saúde, Gisele Domingues, poderia "quebrar" o Margarida, Lucien informou, desde o início, que não iria se pronunciar sobre o assunto. Em entrevista coletiva concedida no mês passado, quando foi anunciada a implantação do Centro de Especialidades Médicas (CEM) no prédio do antigo terminal rodoviário, a Secretária informou que se o Santa Madalena fosse inaugurado, a verba hoje destinada ao Margarida deixaria de ser repassada, o que comprometeria o atendimento no local. Gisele, que já foi administradora do Margarida, chegou a ter sua fala contestada por alguns vereadores. Porém, na audiência, levantamentos do contador Delci Couto evidenciaram a fala da Secretária. De acordo com Delci, sem o repasse, o problema seria generalizado no Margarida, tendo a atual formatação, que inclui funcionamento do Pronto Atendimento. "Evidentemente que o PA é nosso gargalo, se fechar o Pronto Atendimento, o hospital flui muito bem", informou o contador. Considerado como ponto problemático pela direção da instituição de saúde, o Pronto Atendimento atende, diariamente, não apenas a população de Monlevade, como também das cidades vizinhas e vítimas de acidentes na "Rodovia da Morte". www.cidademais.com.br |
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